INVERSÃO NAS IGREJAS, DESOBEDIÊNCIA À PALAVRA

INVERSÃO NAS IGREJAS, DESOBEDIÊNCIA À PALAVRA

Postado em 28/10/2012

 

É interessante comparar as atitudes da igreja primitiva com as das igrejas atuais, pois tal comparação abre nossas mentes de forma extraordinária. Vemos que há muitas coisas a serem analisadas e revistas.

Em muitas igrejas (instituição) podemos observar o sentido da movimentação dos recursos, que normalmente acontecem da seguinte forma:

 

O crente entrega sua oferta (dízimo, ofertas, etc) em uma igreja filial (menor);

A igreja filial (menos recursos) envia parte do dinheiro à matriz (muitos recursos);

A igreja matriz (muitos recursos) faz um grande templo para ostentação.

 

E como era na igreja primitiva??

 

As igrejas maiores (mais recursos) enviavam recursos para as menores (menos recursos);

Com o recurso recebido das igrejas mais abastadas, alimentava-se os cristãos necessitados.

 

Observe:

"Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores; porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais."

(Rm 15.25-27)

O apóstolo Paulo testemunha aos irmãos da igreja em Roma o que os cristãos da Macedônia e da Acaia organizaram uma oferta aos irmãos pobres de Jerusalém. Repare que as igrejas mais abastadas é que davam suporte financeiro às igrejas menos abastadas. E o foco: era o sustento dos irmãos. 

Veja que inversão. Hoje, os crentes tiram do seu sustento para ostentar templos suntuosos; na igreja primitiva, as igrejas abastadas é que sustentavam os irmãos mais pobres.

Aproveitando o ensejo, observemos a segunda epístola de Paulo aos coríntios, onde ele diz:

"E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra," (II Co 9.6-8)

Esse texto é muito usado nas igrejas como incentivo para as ofertas dos fiéis. Contudo, dificilmente se fala do contexto envolvido nesse texto de Paulo. 

O apóstolo Paulo aqui incentiva os cristãos de Corinto a fazerem ofertas em favor dos irmãos mais pobres de Jerusalém. Veja os versos seguintes:

"como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós." (II Co 9.9-14)

O objetivo das ofertas aqui incentivadas por Paulo era suprir as necessidades dos irmãos. Paulo mostrava que os que tem mais devem ajudar os que tem menos. Observe o que ele diz aos coríntios no capítulo anterior:

"Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta." (II Co 8.13-15)

Que possamos então ter o dissernimento da palavra de DEUS, a fim de fazer a Sua vontade, suprindo os irmãos e não simplesmente aumentando o volume dos caixas das congregações para o sustento das vaidades.

 

A graça e a paz da parte do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. 

Por Neydher Fernandes